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Mundo Med Tech News #92
Johns Hopkins cria organóide cerebral avançado que integra múltiplas regiões neurais | Um rival de peso para a Neuralink de Elon Musk | Quando o Pensamento Fala

Edição #092:
5 de outubro de 2025, domingo
O que aconteceu no mundo med tech ...
Johns Hopkins cria organóide cerebral avançado que integra múltiplas regiões neurais

imagem conceitual criada por IA no MidJourney
Key-points:
• O que foi feito: pesquisadores da Johns Hopkins desenvolveram um organóide cerebral de múltiplas regiões (MRBO) que integra tecidos de todas as principais áreas do cérebro e inclui vasos sanguíneos rudimentares — uma evolução em relação aos organóides tradicionais, que simulam apenas uma região 🧠🔗
• Como construíram:
◦ Diferenciaram, separadamente, células neurais de regiões distintas do cérebro (ex.: córtex, mesencéfalo, rombencéfalo, etc.) 🧫
◦ Geraram estruturas vasculares rudimentares em paralelo (pré-vascularização) 🩸
◦ Agregaram os componentes por meio de proteínas adesivas (“supercola” biológica), permitindo que os tecidos se conectassem e formassem uma rede funcional 🧵
◦ Resultado: o organoide passou a exibir atividade elétrica coordenada entre regiões, indicando comunicação em circuito ⚡
• O que o MRBO contém:
◦ Diversidade celular ampla: ~80% dos tipos celulares vistos no início do desenvolvimento humano (≈ 40 dias de gestação) 🧬
◦ 6–7 milhões de neurônios (muito menor que o cérebro adulto humano, mas suficiente para redes mensuráveis) 📏
◦ Indícios de formação inicial da barreira hematoencefálica (BHE), crucial para filtrar o que entra no tecido cerebral 🛡️
• Por que isso é diferente:
◦ A maioria dos organóides atuais replica apenas um segmento (p. ex., só córtex) ◦ O MRBO integra múltiplas regiões conectadas, com atividade em conjunto — mais próximo da complexidade de um cérebro em desenvolvimento 🌐
• Aplicações científicas imediatas:
◦ Observar, em tempo real, como surgem alterações do neurodesenvolvimento (ex.: autismo, esquizofrenia) 📹
◦ Mapear alvos terapêuticos e caminhos de sinalização relevantes para doenças que afetam o cérebro como um todo (e não apenas um foco regional) 🎯
◦ Testar fármacos e combinações em um modelo humano, reduzindo ruídos de tradução de modelos animais para humanos 💊
• Impacto em P&D de medicamentos:
◦ Taxas de falha em Fase 1: ~85–90% em geral; ~96% em neuropsiquiatria ❌
◦ MRBO oferece triagem mais próxima da biologia humana, potencialmente aumentando a taxa de acerto e economizando tempo e recursos 📈⏱️
◦ Permite insights sobre eficácia, segurança e penetração (considerando a BHE inicial), antes de avançar para ensaios clínicos 🧪
• Personalização e medicina de precisão:
◦ Possibilidade de gerar MRBOs a partir de células de pacientes específicos (iPSCs), permitindo testar respostas individuais a terapias 👤🔬
◦ Comparação entre MRBOs “controle” e “paciente” para identificar biomarcadores de resposta e resistência 🧭
• Limitações e próximos passos:
◦ Escala: muito menor que o cérebro humano; faltam ciclos vasculares completos e microglia totalmente funcional em muitos protocolos ⚙️
◦ Maturação: estágio equivalente a ~40 dias de gestação; precisa evoluir para estágios mais maduros para modelar doenças tardias como Alzheimer ⏳
◦ Padronização: é necessário garantir reprodutibilidade entre lotes e laboratórios, com métricas consistentes de conectividade e tipos celulares 📐
◦ Ética: monitorar marcos de maturidade e atividade para orientar limites e boas práticas em organoides cerebrais ⚖️
Por que importa…
Se confirmado e reproduzido por outros centros, esse organóide “whole-brain” pode encurtar o caminho entre descobertas básicas e terapias, oferecendo um sistema humano, mais previsível que modelos animais, para entender circuitos, testar drogas e personalizar tratamentos em condições como epilepsia, autismo, esquizofrenia e doenças neurodegenerativas. Isso pode reduzir falhas em ensaios clínicos, otimizar doses e descobrir alvos com maior taxa de sucesso, impactando diretamente segurança, tempo e custo no desenvolvimento de tratamentos neurológicos.
Fonte:
Merge Labs: a nova aposta de Sam Altman para rivalizar com a Neuralink de Elon Musk

imagem conceitual criada por IA no MidJourney
Key points:
• OpenAI entra na corrida de interfaces cérebro-computador com a Merge Labs, posicionando Sam Altman frente a frente com Elon Musk e a Neuralink. Foco: transformar pensamentos em comandos digitais para interagir com máquinas. 🧠⚡
• Valuation inicial robusto: a Merge Labs já circula com valuation estimado em US$ 850 milhões, mesmo em estágio embrionário. A maior fatia do financiamento deve vir do braço de ventures da própria OpenAI; termos do aporte ainda em negociação. 💸
• Time e alianças estratégicas: Altman estaria ao lado de Alex Blania (Tools for Humanity), empresa conhecida pelos “orbs” de escaneamento ocular para verificação de humanidade. Essa combinação dá pista de uma tese forte em identidade, segurança e integração humano-máquina. 👁️🤝
• Tese tecnológica: a Merge Labs pretende desenvolver sistemas de interface neural avançados, com ambição de leitura/estímulo neural não apenas para uso médico, mas também para casos de uso de consumo no médio prazo (ex.: controle de dispositivos, produtividade, comunicação aumentada). 🤖🔌
• Rivalidade com a Neuralink:
◦ Neuralink já opera testes em humanos e levantou recentemente US$ 600 milhões, com valuation perto de US$ 9 bilhões. 🏥
◦ Caso de uso prioritário hoje: permitir que pessoas com paralisia controlem dispositivos pela mente, com potencial expansão futura para aplicações mais amplas. 🎯
◦ A entrada da Merge Labs acelera a competição por talentos, ensaios clínicos e propriedade intelectual. 🧪
• Impacto macro: especialistas veem BCI como um divisor de águas — conectando cérebro e IA em tempo real. Há otimismo sobre ganhos médicos e cognitivos, mas também alertas sobre privacidade neural, regulação, segurança cibernética e assimetrias de poder. 🚀⚖️
• Visão de Altman: histórico de defesa de integrações profundas entre humanos e tecnologia. Em 2017, já sinalizava que humanos poderiam projetar futuras gerações, indicando convicção de longo prazo na convergência bio-digital. 🧭
• Contexto de bastidores: o anúncio surge em meio ao litígio público entre Musk e Altman. Musk processa Altman alegando desvio da missão original da OpenAI (sem fins lucrativos). A disputa jurídica reacendeu críticas e polarizou a comunidade tech. ⚔️📄
• Sinal para o mercado:
◦ Guerra por talentos em neuroengenharia, semicondutores biomédicos e machine learning aplicada à neurofisiologia. 👩🔬🧩
◦ Expectativa de novas rodadas de capital “mega” em BCI, além de parcerias com universidades e hospitais para trials clínicos. 🏛️
◦ Reguladores devem intensificar escrutínio sobre segurança, dados neurais e claims de eficácia. 🛡️
• O que acompanhar nos próximos meses:
◦ Composição do time fundador e contratações-chave (neurocirurgia, materiais, firmware, ML). 👥
◦ Estratégia técnica: invasiva vs. minimamente invasiva vs. não invasiva; latência, resolução e biocompatibilidade. 🧲
◦ Roadmap regulatório (FDA e equivalentes), primeiros pilotos clínicos e publicações revisadas por pares. 📊
◦ Integrações com modelos de IA da OpenAI para decodificação neural e feedback em tempo real. ⏱️
Por que importa…
Para a medicina, o avanço em BCI pode transformar reabilitação neurológica, comunicação assistiva e controle de próteses, oferecendo autonomia a pessoas com paralisia, ELA, AVC e outras condições motoras. A competição entre Merge Labs e Neuralink tende a acelerar inovação, reduzir custos e ampliar acesso, além de estimular protocolos mais robustos de segurança, ética e evidência clínica — fatores críticos para que implantes e interfaces neurais saiam do nicho experimental e tragam benefícios reais aos pacientes.
Fonte:
Quando o Pensamento Fala: O Futuro da Comunicação por Interface Cérebro-Máquina"

imagem conceitual criada por IA no MidJourney
Key points:
• 🧠 Avanço na decodificação da voz interior: Pesquisadores conseguiram decodificar não só as palavras que pacientes tentam falar, mas também aquelas que eles apenas imaginam dizer, abrindo caminho para comunicação sem esforço físico.
• 🧑🦽 Caso de destaque: Casey Harrell
◦ Diagnóstico: esclerose lateral amiotrófica (ELA), que prejudicou sua fala.
◦ Participa do ensaio clínico BrainGate2, usando uma interface cérebro-máquina implantada no córtex motor (área que envia comandos para os músculos da fala).
◦ A IA conseguiu identificar quase 6.000 palavras com 97,5% de precisão a partir dos sinais cerebrais de tentativas de fala.
◦ A voz sintetizada mantém características da voz original de Harrell, registrada antes da perda da fala.
• 📚 Novo estudo publicado na revista Cell:
◦ Testa a decodificação de “fala imaginada” — quando o paciente pensa nas palavras sem tentar pronunciá-las.
◦ Resultados mostram que os padrões cerebrais da fala imaginada são semelhantes, porém mais fracos que os da fala tentada.
◦ A IA conseguiu identificar corretamente palavras imaginadas com mais de 70% de precisão em alguns pacientes, e melhorou com treinamento específico.
• 🔄 Por que a fala imaginada importa?
◦ Pacientes ficam cansados ao tentar falar devido ao esforço muscular envolvido.
◦ Decodificar a fala imaginada pode permitir comunicação mais rápida e menos cansativa, aumentando o tempo de uso do sistema.
• 🧩 Desafios e descobertas sobre a voz interior:
◦ A definição de “voz interior” ainda é controversa entre neurocientistas. Alguns acreditam que a linguagem é essencial ao pensamento; outros dizem que muito do pensamento não envolve linguagem estruturada.
◦ No estudo, a fala imaginada e a tentada ativaram sinais cerebrais semelhantes no córtex motor, surpreendendo especialistas.
• 🔒 Questões de privacidade mental:
◦ O sistema às vezes detectou palavras que os pacientes não tinham intenção de “dizer”, levantando preocupações sobre possíveis “escutas” involuntárias da mente.
◦ Em um teste, o computador decodificou silenciosamente números enquanto os participantes contavam mentalmente formas na tela.
• 🛡️ Soluções para proteger a privacidade:
1. Decodificar só a fala tentada: O sistema pode ser treinado para ignorar a fala imaginada, diferenciando os dois tipos de sinais cerebrais.
2. Senha mental para ativar o sistema: Os pacientes podem usar uma frase interna específica (“Chitty Chitty Bang Bang”) como senha para ligar e desligar a decodificação de fala imaginada, garantindo controle total sobre o que é captado.
◦ Testes mostraram que o sistema reconheceu a senha mental com 98,75% de precisão, funcionando como um “interruptor” de privacidade.
• ⚖️ Implicações éticas:
◦ Especialistas destacam que essas medidas dão aos pacientes mais autonomia sobre sua informação mental, um avanço importante no uso ético dessas tecnologias.
• 💬 Limitações atuais:
◦ A tecnologia ainda não está pronta para permitir conversas naturais baseadas em fala imaginada; os resultados são um “prova de conceito”.
◦ Quando pedem para pensar em temas abertos (ex.: hobby favorito), a decodificação é menos eficaz, pois muitas vezes o pensamento não é formado em frases claras. •
🌟 Perspectivas futuras:
◦ Pesquisadores continuam aprimorando a precisão e velocidade do sistema.
◦ O objetivo é tornar a comunicação por interfaces cérebro-máquina menos cansativa, mais precisa e segura para pessoas com dificuldades severas na fala, melhorando sua qualidade de vida e independência.
Por que importa…
Este avanço é fundamental porque oferece uma nova forma de comunicação para pacientes que perderam a capacidade de falar devido a doenças neurológicas graves, como ALS ou AVC. A possibilidade de decodificar a fala imaginada reduz significativamente o esforço físico necessário para se expressar, melhorando a qualidade de vida e a autonomia desses indivíduos. Além disso, o desenvolvimento dessa tecnologia pode abrir caminho para interfaces cérebro-máquina mais sofisticadas, que auxiliem na reabilitação e na interação social, trazendo enormes benefícios para o futuro da medicina personalizada e inclusiva.
Fonte:
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